Senhor Presidente, senhoras e senhores parlamentares estamos presenciando mais uma vez que de nada vale a representatividade dos parlamentares dessa casa de leis. Tínhamos o compromisso firmado pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, em canais de televisão e também à TV Câmara, de que, terminado o Projeto Ficha Limpa, não tendo acordo dos líderes com os parlamentares que integram a frente parlamentar em defesa dos policiais e bombeiros, ele tiraria do seu colo e colocaria a PEC 300 para ser votada.
Rumores nesse parlamento deram conta de que o Presidente Michel Temer estaria no Exterior, de modo que está presidindo os trabalhos o Deputado Marcos Maia.
Ora, mas as reportagens do dia 18 de maio informam que Michel Temer esteve reunido com a cúpula do PMDB. Quem está mentindo?
Realmente o Presidente Michel Temer tirou a PEC 300 de seu colo. Tirou temporariamente e colocou no colo do deputado Marcos Maia.
Deputado Marcos Maia, presidindo a reunião do colégio de líderes, na tarde de ontem informou que hoje teria a possibilidade de se votar em sessão extraordinária a conclusão da votação da PEC 300.
Senhor Presidente, estamos cansados de ser enganados. Qual a dificuldade de se concluir a votação da PEC 300? Temos assinaturas de 320 parlamentares pedindo a colocação imediata da PEC 300 na ordem do dia. Quem não quer? Porque 3 ou 4 parlamentares vem tomar para si a vontade de todo o parlamento brasileiro?
Os parlamentares que defendem o comportamento do Líder Vaccarezza, que, conforme as suas próprias palavras, fala pela voz do Presidente Lula, teimam em dizer que nós, parlamentares da Frente Parlamentar em Defesa dos Policiais e Bombeiros estamos tratando a “coisa” (a PEC 300) pelo lado político. Ora, se não me engano todos os parlamentares dessa Câmara dos Deputados tratam tudo aqui de forma política. Não foi para isso que fomos eleitos?
Agora, essa “batata quente”, esse ônus político, vai ser repassado sim para os principais pré-candidatos à Presidência da República.
Ou concluem a votação da PEC 300 ou trabalharemos incessantemente nessas eleições contra esses dois políticos que querem ocupar o lugar do Lula, pela forma tendenciosa, para não dizer criminosa, que não querem resolver o problema do piso nacional dos bombeiros e policiais.
Os trabalhadores de segurança pública que se encontram em Brasília (os policiais civis, os policiais militares, os bombeiros militares e os agentes penitenciários) estão panfletando desde ontem e levando a mensagem de obstrução individual dos trabalhos na Câmara dos Deputados. Como, levianamente, menos de meia dúzia de líderes fazem uma barreira para não se votar a PEC 300, os deputados que anseiam em votar os projetos do povo podem dar a resposta obstruindo as sessões, não somente a de hoje, mas todas, até que o piso salarial nacional seja votado.
Essa conversa fiada de que os parlamentares estarão criando um precedente perigoso ao se colocar um valor nominal para uma categoria na Constituição Federal (nas disposições transitórias, como salvaguarda) é “conversa para boi dormir.”
Nesse golpe caíram os professores e acabaram sendo depreciados no seu valor do piso salarial.
Ontem, houve um quiprocó entre o governo e outra categoria que foi enganada, a dos agentes comunitários de saúde. Não houve consenso por causa do reduzido valor que o governo tenta implantar na marra por meio de lei federal.
Nós não queremos ser o próximo. Só queremos o que é nosso. PEC 300 aprovada. Estão depreciando a nossa potencialidade de mais de 10 milhões de votos. Lembraremos desse ato covarde nas próximas eleições.