JORNAL O DIA (online)
22.05.10 às 02h44
22.05.10 às 02h44
Bope vai voltar a local da tragédia no Andaraí
Comandante da tropa de elite quer fazer reconstituição do momento em que cabo atirou e matou morador pensando que furadeira fosse uma submetralhadora
POR AMANDA PINHEIRORio - O Batalhão de Operações Especiais (Bope) vai voltar ao local de onde o cabo Leonardo Albarello atirou no supervisor de supermercado Hélio Ribeiro, de 46 anos, ao confundir a máquina furadeira que ele usava com uma arma. O comandante do Bope, tenente-coronel Paulo Henrique Moraes, pretende fazer uma simulação do momento do disparo na semana que vem.
“Para isso, preciso levar os mesmos policiais, na mesma hora e com as mesmas condições climáticas daquele dia. Vamos filmar todos os ângulos para tentar entender a reação do policial”, explicou o oficial.
Embora a Polícia Militar diga que não tem planos para modificar o treinamento dos ‘caveiras’, a Secretaria Estadual de Segurança anunciou que, em até 60 dias, as polícias Civil e Militar contarão com simuladores importados dos Estados Unidos para aperfeiçoar técnicas de abordagem e disparo dos policiais, como O DIA antecipou em janeiro. Com imagens semelhantes a um videogame, os equipamentos comprados reproduzem cenas reais. Dois simuladores vão para a Polícia Militar — um deles ficará à disposição do Bope — e um para a Polícia Civil.
Na semana que vem, serão concluídos os laudos das perícias realizadas na Rua Ferreira Pontes, no Andaraí, onde morava Hélio. Só depois do resultado, segundo a delegada Leila Goulart, titular da 20ª DP (Vila Isabel), será possível checar a veracidade do depoimento do cabo do Bope. O PM disse ter atirado por ter certeza que furadeira de Hélio era uma submetralhadora. O laudo cadavérico, que indicará a localização do tiro que matou o supervisor, também deve ser concluído nos próximos dias.
Ontem, a viúva de Hélio, Regina Ribeiro, e os filhos, Felipe e Gabriel, passaram o dia em casa. A visita do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, ainda não tem data para acontecer.
Alerj quer ver inquéritos
O deputado estadual Marcelo Freixo solicitou ontem à Secretaria de Segurança o acesso ao inquérito que apura as mortes de Hélio Ribeiro e de dois rapazes mortos, no Morro do Andaraí, durante operação de policiais do 6º BPM (Tijuca) pouco antes da ação do Bope.
Chamados por moradores, integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj estiveram no morro logo após a operação da PM. Há denúncias de que os jovens estavam rendidos e algemados no momento em que foram mortos. “A realidade é que não se vê uma articulação do poder público para enfrentar o tráfico de armas e de drogas na sua fonte, que não é a favela”, afirma Marcelo Freixo
Nada mais natural que o regresso do BOPE para essa comunidade.
Creio que alguns devem ter se questionado, o porquê não havia me pronunciado quando aconteceu essa “tragédia”, por ser um aficionado por essa profissão e sempre ver de uma maneira racional e ampla de todos os lados das historias que envolvam Policias Militares do Estado do Rio, porem preferi acompanhar os fatos, para compará-los com seus antecessores semelhantes.
Confesso que fiquei surpreso por nosso Governador não ter chamado também o Policia de “débito mental” como o fez com o outro caso semelhante onde um outro inocente foi alvejado por engano, por outro Policial Militar, onde humilhou e o julgou culpado sem chances de defesa, acabando com sua carreira e sua vida.
Talvez por não ter tido “Peito” para humilhar uma das Unidades mais Completas e Unidas da nossa Corporação, um dos poucos lugares em que encontramos o “ Espírito de Corpo” tão necessário para a vida de um verdadeiro “ guerreiro”.
Sabiamente não se manifestou com a mesma euforia que fez na ultima “tragédia”, pois sabia que poderia desencadear uma reação em cadeia com a grande insatisfação da sua Policia com o seu Governo, seria um estopim para implodir suas pretensões políticas.
Todos nos somos passivos de erros, somos seres humanos, no entanto, as condições as quais propiciaram essa tragédia e também a do menino João, caso semelhante, não foi o despreparo e sim a omissão e o descaso do Poder Publico que deixou passivamente chegarmos ao limite de nossos medos.
Onde nos sentimos seguros hoje em dia ? é uma pergunta a qual a resposta é simples, em lugar nenhum.
Sei que a dor dessa família é incalculável, porem ninguém se preocupa com o que o Policial esteja sentindo, com a família dele depois que seu nome foi execrado em publico pelo sensacionalismo de uma mídia podre.
No entanto com erros ou não, nossos Policias são os únicos e quem sabe os últimos que ainda sustentam o pequeno “filete” entre a Lei e o Caos
É bom lembrarmos também aos Srs da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, que temos famílias e também votamos, afinal nunca os vi se manifestando quando um Policial é executado cruelmente durante seu serviço ou indo visitar um outro Policial preso em uma cama por ter sido alvejado por marginais os quais tiraram seus movimentos.
Podre é o cheiro de suas calças quando descobrem a realidade da vida.
Podre é o cheiro de suas calças quando descobrem a realidade da vida.
Ricardo Garcia
Sargento de Policia
Cidadão Brasileiro
Sargento de Policia
Cidadão Brasileiro