segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Ação contra o crime no RJ demonstra urgência da PEC 300

A ação conjunta de policiais e das Forças Armadas contra o crime organizado no Rio de Janeiro demonstra que a PEC 300 precisa ser aprovada urgentemente. Assistindo à TV por ocasião da retomada do Complexo do Alemão pelo Estado de Direito, um fato de chamou a atenção. 

Dizia o comentarista que cada soldado americano que combate no Iraque ganha US$ 1 mil por dia. Repito: por dia. No Rio de Janeiro, um policial militar recebeu aproximadamente R$ 1 mil por mês (bruto). E, tanto no Iraque quanto na capital fluminense, o cenário é de guerra.

A partir daí, temos algumas perguntas: é justo que profissionais da Segurança Pública do Brasil arrisquem suas vidas para receber tão pouco em troca? A quem interessa ver bombeiros e policiais mal remunerados? Por que sempre há dinheiro para tudo, rigorosamente tudo, menos para ser aplicado na melhoria das condições de vida da população?

No entanto, esse episódio no Rio de Janeiro demonstrou que o povo apóia os trabalhadores de Segurança Pública, os verdadeiros heróis do Brasil. Os aplausos, as demonstrações de carinho e a solidariedade dos cariocas para com bombeiros, policiais e militares certamente ficarão gravados na memória de cada um de nós. 

Por isso, insisto: precisamos aprovar a PEC 300 já! A proposta, que cria um piso salarial digno a bombeiros e militares de todo o País, já foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados e conta com o apoio da maioria absoluta de deputados federais e senadores.

Contudo, não é votada no Congresso Nacional porque o Governo Federal continua se mostrando insensível aos trabalhadores da Segurança Pública. Do mesmo jeito que o povo sentiu e valorizou o trabalho dos nobres policiais na retomada do Complexo do Alemão, como se sentiriam os brasileiros se da noite para o dia todos os policiais e bombeiros parassem as suas atividades? 

O Congresso Nacional está para aprovar um orçamento que está beirando 2 trilhões de reais e três cidadãos (ministro Padilha, ministro Bernardo e deputado Vaccarezza) não querem valorizar os heróis da nação brasileira com uma complementação salarial da ordem de 12 milhões de reais, impedindo a qualquer custo a conclusão da votação da PEC 300. Estão brincando com fogo.
Fonte:Capitão Assumção

Traficantes da Rocinha estariam montando barricadas contra possível invasão da polícia

Entrada da comunidade da Rocinha. Foto: Marcelo Piu - O Globo
RIO - O Setor de Inteligência da Secretaria de Segurança está investigando, juntamente com policiais militares do Serviço Reservado da PM (P2), as denúncias de moradores da Favela da Rocinha de que traficantes estariam fazendo barricadas e trincheiras, em pontos da favela, contra uma possível invasão da polícia na região. O tráfico da Rocinha também estaria com bananas de dinamite, que foram roubadas ou desviadas de clientes da empresa Dinacon Indústria e Comércio, localizada em Estrela, Rio Grande do Sul.
Em entrevista coletiva domingo , o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, mandou um recado aos traficantes de áreas que ainda não foram ocupadas pela polícia:
- O estado do Rio de Janeiro tem (o setor de) Inteligência. E, se chegamos ao Alemão, vamos chegar à Rocinha, vamos chegar ao Vidigal e assim por diante...
Moradores denunciaram que um bom número de criminosos fugidos do Alemão e da Vila Cruzeiro já está na Rocinha. A Travessa do Valão, um dos principais acessos à comunidade, foi bloqueada por uma barricada de mais de um metro, feita com grades de ferro, galões de gasolina e blocos de cimento. Vários homens armados estão ocupando o Valão e a Via Apia.
Policiais da Inteligência estão há 4 dias na favela
Policiais da P2, disfarçados, estão há quatro dias na favela fazendo um levantamento. Atualmente, a SSP investiga de dois a três casos de desvios de dinamite de empresas e pedreiras. O clima na Rocinha foi tranquilo, e a Polícia Militar intensificou o patrulhamento na Avenida Niemeyer e em São Conrado. Sábado havia um clima de apreensão em torno da Rocinha porque o traficante Fábio Atanásio, o FB, estaria refugiado na região. Moradores negaram que o traficante da Penha esteja na Rocinha. Parte do comércio abriu as portas, principalmente nas ruas próximas à Autoestrada Lagoa-Barra.
Sábado, durante incursão na Vila Cruzeiro, na Penha, a Polícia Civil encontrou 32 bananas de dinamite, equivalente a 26 quilos. Segundo as investigações, o material seria usado em ataques a ônibus ou carros.
O setor de Inteligência já sabe que as dinamites achadas na Penha e em Madureira anteriormente foram fabricadas pela Dinacon Indústria e Comércio. Na quinta-feira, um gerente da empresa confirmou que o artefato pertencia à fábrica, mas que, provavelmente, tinha sido desviado ou roubado de algum cliente. No início da semana, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, negou que a polícia carioca estivesse procurando um caminhão roubado no último dia 10 com 600 quilos de dinamite, que seriam usados em atentados no Rio. Investigadores da SSP confirmaram, ontem, mais uma vez, que as apurações sobre a dinamite continuam.
- Durante a noite, já vimos homens armados fazendo buracos perto da Rua 2. O grupo parecia muito nervoso. Mais tarde denunciamos o caso ao Disque Denúncia. Estamos preocupados - disse uma moradora da favela, domingo, que ligou para o jornal denunciando a história.
Policiamento próximo à Rocinha. Foto: Gustavo Stephan Agência Globo
Ela confirmou que traficantes orientaram a comunidade a comprar velas e fósforos, já que a iluminação da rua seria cortada em caso de invasão.
- Eles estão rápidos. Continuam cavando buracos e instalando barreiras para uma eventual invasão da polícia - concluiu a moradora.
Um morador também contou que, depois de um tempo sumido, o traficante Nem voltou à favela. Agora, como cabelos e barba crescidos e mais forte.
O chefe do Esquadrão Antibombas, inspetor João Valdemar, confirmou que o Setor de Inteligência da SSP está levantando a procedência das bananas de dinamite.
-- Estão fazendo um levantamento dos desvios de dinamite de pedreiras e das empresas fabricantes. A quantidade achada anteontem na Penha poderia destruir um prédio de dez andares. Os criminosos que colocaram a dinamite em Madureira não souberam fazer o detonador - explicou ele, que confirmou, ainda, que a numeração das bananas de dinamite está sendo analisada pelo SSP.
Milhares de quilos de explosivos roubados
As polícias carioca e paulista continuam apurando um assalto no dia 2 de setembro, quando cinco bandidos levaram, na Rodovia Fernão Dias, em São Paulo, um caminhão com 2.350 kg de explosivos. Oito dias depois, a Polícia Civil de São Paulo recuperou na capital paulista 1,5 tonelada de explosivos. As polícias paulista e carioca investigam também o roubo de uma carga de explosivo no dia 10 numa pedreira em Jundiaí. Outro caso ocorreu em Gravataí (RS), de onde foram levados 300 quilos de dinamite.
Fonte: G1

Lula elogia operação no Alemão e diz que vai visitar o complexo


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou a operação contra o domínio do tráfico de drogas no complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Lula reiterou que o governo federal está disposto a dar todo o apoio necessário para o combate ao crime organizado e ter mais um motivo para visitar o conjunto de favelas.
- Independentemente dessa operação eu iria visitar o complexo do Alemão. Eu, agora, vou com muito mais prazer. Não sabemos se todos os bandidos fugiram, se há muitos lá dentro, se estão escondidos. De qualquer forma, demos o primeiro passo. Quero reiterar o que eu disse na sexta-feira: o que o Rio precisar para que a gente acabe com o narcotráfico, o governo federal está disposto a colaborar.
O presidente ressaltou ainda a participação do governador do Rio, Sérgio Cabral. De acordo com ele, a união entre os governos federal e estadual fez a diferença para o sucesso da primeira etapa da operação.
- Fica demonstrado que, com a união entre governo federal, governo estadual e os órgãos de inteligência das polícias, as coisas funcionam. Quando ficamos disputando entre nós quem é mais bonito, quem é melhor, o povo paga o prejuízo.
 operação no complexo do Alemão faz parte da reação da polícia à onda de violência que tomou conta do Rio de Janeiro na última semana, quando dezenas de carros foram incendiadas em vários pontos do Rio de Janeiro e houve ataques a policiais.
A ação dos criminosos foi vista pelo governo estadual como uma resposta às UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) instaladas nos dois últimos anos em comunidades antes dominadas pelo tráfico. Para conter os ataques, a polícia, com apoio das Forças Armadas, realizou uma grande ofensiva na última quinta-feira (25) na Vila Cruzeiro, forçando a fuga de centenas de traficantes para o vizinho complexo do Alemão, onde foram cercados nos dois dias seguintes.
Fonte: R7