quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

QUAL É A POLÍCIA QUE NÓS QUEREMOS PARA NOSSO PAIS?

A discussão pelo Congresso Nacional da PEC 300, ou seja, a Proposta de Emenda Constitucional que eleva o piso salarial dos policiais e bombeiros de todo o país ao nível salarial de Brasília, de cerca de 4.500,00, vem gerando uma grande polêmica.


Lamentavelmente as forças de segurança em nosso país sempre foram tratadas como profissionais de última categoria. Basta lembrar que em alguns Estados do Brasil, o salário de um soldado não chega a 800,00. É este profissional que terá condições de garantir a nossa segurança? Não podemos deixar de lembrar que o profissional de segurança pública expõe, a cada dia, em sua rotina estafante de trabalho, o bem maior que existe: sua vida.

A cada 17 minutos morre um policial no Brasil. É uma das únicas profissões que está à disposição da sociedade 24 horas por dia. Alguns críticos questionam que seria demais um soldado querer ganhar esse salário. Por que o agente da Polícia Federal, que embora o ingresso na carreira exija nível superior, mas a carreira é de nível técnico, ganhe cerca de 9.000,00?

Quando se paga um salário decente, todos ganham. A sociedade ganha um policial mais qualificado, melhor selecionado; o profissional por sua vez tem estímulo para trabalhar, e a qualidade de seu serviço em prol da sociedade é outra. Existe uma dura realidade de policiais que trabalham 8 horas diárias nas corporações e mais 8 horas no chamado bico e muitas vezes ganham mais no subemprego do que na carreira escolhida.

Qual o resultado? Um policial cansado, desestimulado, estafado. Não é por menos que é a carreira com o maior número de problemas psiquiátricos e suicídios no país. Esquecem os críticos, que a diferença salarial entre a realidade atual para o piso salarial não seria paga pelos Estados, que obviamente, não teriam condições de arcar com essa diferença, mas pela União que teria, a exemplo da saúde e da educação, um recurso vinculado diretamente a Segurança Pública.

Ou tratamos segurança pública como prioridade em nosso país, ou então, veremos o crescimento da criminalidade crescer a cada dia. Ninguém pode dar o que não tem. Como dar segurança a sociedade se o policial não tem segurança, nem condições de dar a sua própria família uma mínima condição de sobrevivência? Estamos acostumados a enxergar o policial como um profissional que é um “mal necessário”, que me atrasa em uma blitz de trânsito, mas esquecemos que é o mesmo que prende o criminoso nesta mesma blitz com um carro furtado.

A PEC 300 é um resgate da dignidade de profissionais que o Brasil esqueceu. Daqueles que dão a vida para proteger a vida. O Presidente da Câmara Michel Temer prometeu colocá-la em votação nos próximos dias. Será o momento de reflexão e pensarmos realmente que tipo de policia queremos para o nosso pais.

CABO JÚLIO
Fonte:http://blogdocabojulio.blogspot.com/2010/02/qual-e-policia-que-nos-queremos-para.html

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