quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Trabalho no carnaval // Policiais reclamam das condições




Enquanto que, para a maioria da população, o carnaval deste ano foi de folia, para alguns policiais militares, o período de Momo tem sido de insatisfação. Isso porque, segundo o cabo PM Jeoás Nascimento do Santos, presidente da Associação dos Cabos e Soldados PMs do Rio Grande do Norte (ACS/RN), alguns colegas de farda que foram enviados para o interior do estado para reforçar o policiamento estão tirando serviço de 48 horas, dormem em alojamentos impróprios e não receberam ainda as diárias operacionais prometidas pelo Comando Geral da corporação. O tenente coronel PM Paulo Albuquerque, subcomandante do policiamento do interior, explica que o dinheiro foi depositado no Banco do Brasil, mas não foi repassado aos policiais por causa de um problema administrativo. Quanto às demais reinvidicações, ele garante que "isso é uma mentira. Ninguém está passando fome, ou mal acomodado, ou trabalhando de graça".

Jeoás Nascimento afirma que a associação pretende entrar com uma ação junto ao Ministério Público contra o estado devido a esses problemas. Ele explica que o sindicato reuniu cinco equipes para circular pelo interior potiguar para verificar as condições de trabalhos dos policiais militares. Segundo ele, houve cidades em que os alojamentos não apresentavam condições mínimas para receber o efetivo. "Em Macau, por exemplo, os colegas estavam tomando banho com mangueira, por não haver água suficiente na caixa d'água do colégio onde estavam. Tivemos que pedir ajuda à prefeitura local".

Outro ponto de insatisfação, de acordo com o presidente da ACS/RN, é a escala de 24/24 de serviço. "O policial tem 24 horas de trabalho estressante, tendo de conter os ânimos de pessoas, em sua maioria, fora de si, e folgam apenas um dia, para voltar a trabalhar. Ele não consegue atender bem a população dessa forma". Jeoás revela que, em Pipa, dois policiais chegaram a passar 48 horas de serviço.

Mas a principal reivindicação dos PMs, segundo o cabo, é a falta da diária operacional. "O estado apenas fornece um alojamento em uma escola e a alimentação. Sem a diária, o policial não tem como, por exemplo, fazer um lanche durante esse período". Jeoás Nascimento afirma que houve casos em que os PMs voltaram para Natal por não terem condições de trabalhar.

Comando

O tentente coronel PM Albuquerque garante que o dinheiro das diárias foram devidamente destinados pelo Comando Geral para o banco, mas houve um problema administrativo no BB e, por isso, os policiais ainda não receberam. "Mas isso será resolvido. Eles serão pagos pelo trabalho que estão fazendo". Sobre as faltas de condições encontradas pelas tropas no interior, ele assegura que não existe qualquer problema com os alojamentos. "Eles têm comida e camas para dormir normalmente". Quanto às escalas, ele afirma que todos os anos, durante o período do carnaval, os serviços dos PMs são de 24/24. "Todo mundo sabe disso e a maioria da tropa é que procura trabalhar durante esse tempo para receber mais". 


"O Cabo Jeoás não é um mentiroso, pois todos policiais militares sabem das veracidades das denuncias realizadas pela Associação de Cabo e Soldados, mostrando durante todo o período do carnaval a realidade e a desmotivação dos policiais empregados no evento", Cabo Heronides.

"Tudo no mundo evolui e a policia militar não acompanha tal desenvolvimento, a escala de 24 por 24 é desumana e ineficaz na prestação de segurança pública a sociedade, a policia militar deveria proceder e elaborar um planejamento eficiente que acabasse com esta escala oferecendo assim uma melhor condição de trabalho ao policial e consequentemente uma melhora na segurança pública a sociedade", Cabo Heronides.

Cabo Heronides
Diretor de Comunicação e Informação da ACS-PM/RN.

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