quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Policiais das UPPs serão mediadores de conflito entre moradores

Os policiais militares das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) vão atuar como juízes leigos dentro das comunidades até o fim do ano. Com o apoio do Judiciário, eles serão habilitados para resolver pequenos problemas, como conflitos familiares e brigas entre vizinhos. Cada UPP terá três policiais com formação de mediadores na favela. Os PMs receberão um treinamento custeado pelo Tribunal de Justiça (TJ), em convênio firmado ontem de manhã, na sede do TJ (no vídeo, soldado explica como vai funcionar a mediação).

A cerimônia de lançamento contou com a participação do presidente do TJ, Luiz Zveiter; dos secretários de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e de Assistência Social, Ricardo Henriques; e do comandante das UPPs, coronel Robson Rodrigues.

Os mediadores receberão aulas com noções em psicologia, antropologia, sociologia e matérias destinadas ao restabelecimento de comunicação. O curso será coordenado pelo juiz André Gomma e pelo psicólogo Marcelo Girarde, doutor em Psicologia Social e mestre em Mediação.

Três semanas de aulas A partir do próximo dia 14, 240 PMs receberão um curso com duração de três semanas de abordagem não-violenta. Em seguida, serão selecionados os policiais habilitados para o curso de mediação.

As unidades de Santa Marta, Babilônia, Batan, Chapéu Mangueira e Cantagalo, que foram as primeiras UPPs instaladas no Rio, serão, inicialmente, contempladas com o novo modelo de atuação.

— A ideia é desafogar o Judiciário e dar autoridade para que os policiais dissolvam os conflitos — explica a presidente do Subgrupo de Trabalho para Conciliação e Mediação, Marilene Melo Alves, que vai coordenar os cursos.

No Pavão-Pavãozinho e no Cantagalo, o grupamento de aproximação com os moradores, formado por seis policiais militares, têm conseguido garantir a resolução pacífica dos conflitos ou ajudar na prestação de serviços públicos.

— Os moradores apresentam o problema e fazemos uma reunião entre as partes. A maioria das nossas ocorências são de conflitos entre os moradores — disse o subcomandante da UPP do Pavãozinho e do Cantagalo, tenente Alexandre de Souza.

Para o balconista José Haroldo Ripardo, a ajuda dos PMs foi crucial para resolver um desentendimento com sua vizinha. Ela não concordava com a presença de caixas d'água em sua laje.

— Tivemos que contar com o apoio da UPP, porque a vizinha não aceitava acordo. Em menos de um mês, resolvemos o problema — conta.
Fonte:http://extra.globo.com

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