quarta-feira, 24 de novembro de 2010

PEC 300 – O que dizem os Governadores…

Mais uma pincelada foi dada no quadro da luta pela Proposta de Emenda Constitucional de número 300, a PEC 300. Após deputados e ministros terem sido flagrados opinando sobre o Piso Salarial Nacional para policiais e bombeiros brasileiros, agora é a vez dos governadores integrarem um “pelotão de choque” para conter a aprovação da medida. Segundo divulgou o Estadão, dentre os presentes estava o Governador da Bahia, Jaques Wagner, que “afirmou que a aprovação de um piso nacional para os policiais, além de gerar despesa para os Estados fere o princípio federativo”.
Ao tempo em que fecharam o desacordo em relação à PEC 300, houve o comprometimento em ajudar na aprovação de outros dois projetos de interesse dos governos. Vejam a matéria publicada no Estadão:
Governadores prometem evitar aprovação da PEC 300
Denise Madueño, de O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – Um grupo de governadores de apoio e de oposição ao governo federal se comprometeu a conversar com as bancadas a favor da votação de dois projetos importantes para os estados e evitar a aprovação da proposta de emenda constitucional que cria o piso nacional para os policiais militares e civis e do Corpo de Bombeiros, conhecido como PEC 300. Os projetos considerados de interesse do governo e dos estados tratam do mecanismo de compensação pelas perdas dos Estados com isenções para exportação (Lei Kandir) e a proposta de emenda constitucional que prorroga o fundo da pobreza.
Essas questões têm apoio irrestrito do governo federal, manifestado pelos ministro do Planejamento, Paulo Bernardo e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que participaram da reunião. O encontro, que durou cerca de três horas, na casa do presidente da Câmara e vice-presidente eleito, Michel Temer, contou também com a participação de líderes de partidos da base e da oposição.
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) afirmou que a aprovação de um piso nacional para os policiais, além de gerar despesa para os Estados fere o princípio federativo. Ele argumentou que os estados são responsáveis pela administração de pessoal e pelo cumprimento do orçamento, garantidos na constituição.
O ministro Padilha disse que na reunião foi feito um pedido em nome do governo federal para que não sejam votados agora projetos que provoquem gastos não previstos no orçamento.
Para votar os dois projetos defendidos pelos governadores será necessária a realização de sessões extraordinárias na Câmara, cuja pauta está trancada por medidas provisórias. A dificuldade é que alguns líderes querem colocar outros projetos em votação, prejudicando um acordo. O líder do PDT, Paulinho da Força (SP) disse que se for realizada uma sessão extraordinária para votar os dois itens defendidos pelos governadores, ele pedirá a inclusão da votação da PEC 300.
Participaram da reunião os governadores eleitos do PSDB, Antonio Anastasia e Geraldo Alckmin (SP) e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) e os reeleitos Cid Gomes (PSB-CE) e Jaques Wagner (PT-BA). O governador do Rio, Sérgio Cabral, enviou representante.
Infelizmente, como eu já havia dito aqui, os Governadores vêem a questão salarial dos policiais brasileiros como mera “despesa”. Compensar satisfatoriamente aqueles que são “trabalhadores” que arriscam a vida parece ser o mesmo que gastar dinheiro com sacos de cimento para construir pontes, por exemplo. Enquanto a palavra “despesa” não for substituída por “investimento”, a palavra “morte” não será mais que um ônus político ínfimo para alguns, a ser maquiado e manipulado das maneiras mais sórdidas possíveis.
Até quando tudo será mantido deste modo, difícil saber…

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