segunda-feira, 15 de março de 2010

Policiais iniciam campanha unificada


Policiais iniciam campanha unificada
Civis e militares de todo o país realizam ato hoje na capital - Os policiais civis e militares do país se reúnem nesta segunda-feira (15), às 15h, com representantes de entidades ligadas à categoria, no Auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa, no Ibirapuera. O ato público é para lançar a campanha nacional de valorização dos policiais e já conta com a participação de 18 estados.
Existem 850 mil trabalhadores no país. Em São Paulo, eles reivindicam melhores salários e o cumprimento do acordo feito sobre o pagamento do Adicional de Local de Exercício (Ale). A Secretaria Estadual de Segurança Pública disse que enviou, no dia 9, um projeto de lei à Assembleia prevendo aumento dos salários de todos os policiais em até 23,82%, sendo que os maiores percentuais vão beneficiar as menores remunerações. Nesse projeto de lei também está prevista a incorporação integral da gratificação por local de exercício, inclusive aos aposentados e pensionistas. “As mobilizações terão início em São Paulo, por se tratar do estado mais afetado quanto ao descumprimento dos acordos feitos”, fala o delegado Major Olímpio. De acordo com ele, essa é a primeira de outras manifestações previstas pela categoria ao longo do ano. Caso não sejam atendidos, eles pretendem iniciar paralisações nos estados que participam do movimento.

PM e PC devem ser unificadas? A PRF deve ser incorporada à PF? Guarda Municipal poder de policia?


O Senado fez nesta terça-feira a primeira audiência para discutir uma proposta de emenda constitucional (PEC 21/05) do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) que reestrutura os órgãos de segurança no país. Ela prevê que a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Ferroviária serão incorporadas à Polícia Federal e que os estados poderão unificar sua polícia militar e civil. O projeto tira o Corpo de Bombeiros da PM, vinculando-o à Defesa Civil, e permite que as guardas municipais atuem na segurança pública.
A audiência foi promovida pela Subcomissão de Segurança Pública, que funciona no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, representando a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, afirmou que a PF já está sobrecarregada, com pessoal insuficiente, e não deveria receber novas atribuições - no caso, os policiais rodoviários. Ele sugeriu que, a exemplo do que é feito hoje em países da Europa, o governo crie uma Polícia Federal de Segurança, que cuidaria das fronteiras, dos portos e aeroportos. A PF trabalharia apenas como polícia judiciária, dos crimes federais, como tráfico de drogas e de armas e crimes contra a União. Nesse caso, a atual Polícia Rodoviária poderia ser incorporada à nova Polícia Federal de Segurança.
Já Alexandre Augusto Aragon, (Maj da BM) representante da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, opinou que as polícias militar e civil "inevitavelmente serão unificadas", mas isso deverá ser feito de forma gradual e depois que a legislação estabelecer claramente as competências de cada uma delas. Com a unificação, opinou, a PM continuaria com sua responsabilidade na segurança pública e poderia cuidar dos crimes de pequena monta, enquanto os civis ficariam com os crimes contra as pessoas.
Aragon alertou que a PEC 21/05, ao autorizar as guardas municipais a atuarem na segurança pública, cria o risco de que prefeitos usem a nova força como sua guarda pessoal, colocando esses agentes a serviço de poderes políticos. Disse ainda que os bombeiros não terão o menor interesse em se separar das PMs para ficar com a Defesa Civil.
O presidente da Subcomissão de Segurança Pública e autor do projeto, senador Tasso Jereissati, sustentou que a existência de duas polícias nos estados, com comandos separados, não é eficiente e que há resistência corporativa contra a unificação. Por isso, vários projetos com essa finalidade acabaram sendo arquivados nos últimos anos no Congresso Nacional. Informou que a subcomissão ouvirá nos próximos meses todos os envolvidos e especialistas em segurança pública.
O senador Romeu Tuma (Del da PF), indicado relator do projeto, informou que não concorda com a proposta, acreditando que uma legislação que defina com clareza o que compete à PM e à polícia civil resolverá boa parte dos problemas hoje existentes, inclusive conflitos entre as duas corporações. Disse que a Polícia Rodoviária Federal vem fazendo "um excelente trabalho" no combate ao tráfico de drogas e de armas depois que passou a receber equipamentos modernos. O senador César Borges (PR-BA), que presidiu a audiência pública, opinou que, mesmo sem unificação das duas polícias, os comandos devem ser unificados.
Ao final, o representante dos delegados federais, Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, defendeu que o diretor-geral da PF tenha mandato aprovado pelo Senado, deixando de ser "uma polícia do Executivo, mas da República". Por sua vez, o representante da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Alexandre Augusto Aragon, observou que boa parte dos policiais militares quer a unificação por acreditar que seus salários serão elevados ao nível dos policiais civis, "o que é uma ilusão". Ele aplaudiu o fim da Justiça Militar, contida no projeto, e a criação de um fundo para investimentos das polícias, que seria formado com 5% da arrecadação federal e 9% das receitas estaduais e municipais.
Fonte: Agência Senado

Últimas Notícias da Aglutinativa (PECs 300 e 41)


Informativo Eletrônico Nº 269 • Março de 2010
Caros colegas,
Como já disse, em Informativos anteriores, a Emenda Aglutinativa das PECs 300 e 41 foi aprovada em 1º turno da Câmara de Deputados.
Ao todo serão seis votações (só aprovamos a primeira), são elas:
1) Primeiro turno na Camara de Deputados (já aprovada)
2) Votação dos destaques que visam destruir o conteúdo do projeto principal (estamos trabalhando pela reprovação desses destaques);
3) Votação do 2 turno da Câmara dos Deputados;
4) Votação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado;
5) Votação do 1 turno do Senado;
6) Votação do 2 turno do Senado.
A última informação, do dia 11/03/10 à tarde, é que o Presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, suspendeu por 20 dias as votações de todas as PECs.
Companheiros, a mobilização de todos nós, PMs e BMs do Brasil, nos trouxe vitórias até o 1º turno na Câmara dos Deputados. Essa suspensão por vinte dias não poderá enfraquecer a nossa luta, pois é uma manobra do líder do PT na Câmara Federal – Cândido Vacarezza.
Conclamamos todos os colegas a permanecerem atentos e de prontidão para grandes mobilizações em Brasília, quando chegar a hora.
Qualquer novidade comunicarei toda a tropa, como sempre faço. Vale dizer que estou mantendo uma equipe permanente do Observatório da Cidadania (OBCI) em Brasília para acompanhar tudo de perto, fazer pressão mesmo! Estamos juntos nessa luta e nunca é demais lembrar: é a nossa união que determinará onde a PEC 300 vai chegar...
Abraços,
Capitão Tadeu Fernandes
Deputado Estadual - Líder do PSB
Presidente da Subcomissão de Segurança Pública e Defesa Civil

Policiais se reunirão em assembléia para discutir PEC 300

Policiais e bombeiros militares de todo o país se reunirão em assembléia geral, no próximo dia 23, para discutir estratégias sobre a votação da PEC 300 (que cria o piso nacional da categoria).
De acordo com o deputado Major Fábio (DEM-PB), o encontro ocorrerá no Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O parlamentar explica que diversos presidentes de associações de policiais militares já confirmaram presença. “Vamos morar na frente do Congresso Nacional, armar barracas no gramado. Já estão arrecadando dinheiro nos batalhões”, adianta.

Major Fábio classifica o congelamento das propostas de emenda à Constituição (PECs) até o fim de março como uma “intervenção branca”. “Estou fazendo de tudo para evitar que a classe vá às últimas conseqüências, que é a greve”, destacou.

A PEC 300 teve seu texto-base aprovado em primeiro turno. Contudo, a Câmara ainda precisa analisar destaques para concluir essa votação. Depois dessa fase, a matéria precisa passar por mais um turno de votação para, então, seguir ao Senado.

Fonte: Congresso em Foco

A irracionalidade da disciplina militar estadual



A essência da impunidade se traduz na ideia de que quando alguém percebe que pode cometer algum crime impunemente, comete-o. Serve também o exemplo para o mundo disciplinar: sensação de impunidade de baixo para cima (transgressão disciplinar praticada por subordinados que se entendem inalcançáveis pelas regras escritas) e de cima para baixo (superiores hierárquicos que se entendem imunes a cobranças adrede formalizadas para coibir seus excessos).
Como a hierarquia é piramidal e a base da pirâmide é mais numerosa e menos poderosa, o pretexto de que ela deva ser rigorosamente fiscalizada justifica as atrocidades cometidas por superiores contra subordinados. Pior é que a justiça (comum ou militar), engessada pela cultura predominante da casa-grande e da senzala, costuma dar razão aos de cima, ficando as arraias-miúdas sempre na pior situação (rico quando morre é tragédia; pobre quando morre é estatística).
Nesta corrida de elitizados gatos (superiores) contra pauperizados ratos (subordinados) ganham sempre os primeiros, pois o tempo lhes ensinou a urdir armadilhas baseadas na irracionalidade da vigilância e da punição denunciadas por Foucault. Chega a ser hilariante o discurso dos que punem e jamais são punidos. Esses elitizados gatos não se esquecem de citar pró-forma os princípios elementares do devido processo legal, em especial o do direito dos pauperizados ratos à ampla defesa e ao contraditório, decerto ignorando o real significado do ordenamento constitucional em vista dos direitos e garantias individuais.
Não seria trágica esta situação se não abrangesse aqui no RJ duas instituições de efetivos numerosos: a PMERJ e o CBMERJ. Somados os militares estaduais ativos e inativos, é possível supor que a contagem ultrapasse as cem mil almas aflitas no cotidiano da opressão disciplinar. Esta opressão é vital à garantia de controle da tropa que superiores hierárquicos precisam dar às autoridades políticas, tudo sintetizado na crudelíssima máxima do “tenho a tropa na mão”...
Esse “ter a tropa na mão” é um clichê terrível. Tornou-se cultura de mando e desmando não se sabe desde quando, talvez desde o início do militarismo no mundo remoto. Para exemplificar o dano do “militarismo” praticado pelas instituições militares estaduais, arrisco-me a dizer que o recente episódio do policial civil aloprado numa DP (bem resolvido pelas autoridades policiais civis), se acontecesse em quartel e fosse o aloprado um militar estadual, a primeira medida seria anunciar sua exclusão disciplinar. Isto se antes ele não fosse abatido a tiros...
Como os rigores disciplinares estão ainda escritos em carcomido alfabeto gótico, a única maneira de mudar esta cultura tenebrosa do desrespeito aos direitos humanos dos militares estaduais é refazer toda a legislação disciplinar adequando-a à Carta Magna. Mas isto parece sugestão utópica num momento em que a Lei Maior é constantemente aviltada pelo próprio governante e seus apaniguados (elitizados gatos), assim como é certo que dos demais poderes (Legislativo e Judiciário) nada se pode esperar: são também formados por elitizados gatos.