Soldado Rosivaldo Azevedo se entregou à Polícia Federal nesta terça (13).
Ele teve mandado de prisão expedido durante a operação 'Hecatombe'.
e agora
O soldado da Polícia Militar do Rio Grande do Norte Rosivaldo Azevedo Maciel Fernandes, que há três anos foi reformado por apresentar problemas psicológicos, se entregou na manhã desta terça-feira (13) à Polícia Federal. Ele é suspeito de integrar um suposto grupo de extermínio apontado como responsável por mais de 20 assassinatos na Grande Natal. O policial teve mandado de prisão expedido no início do mês pela juíza Denise Léa Sacramento Aquino, da comarca de São Gonçalo do Amarante, e era considerado foragido desde o último dia 6, quando a PF deflagrou a operação 'Hecatombe' – uma referência ao sacrifício coletivo de muitas vítimas. Dos 18 suspeitos presos até agora, oito são policiais militares. Três pessoas, incluindo mais um PM, ainda são procuradas.
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Antes de se entregar, no entanto, o policial concedeu entrevista ao G1. “Nunca matei ninguém”, disse ele, negando as acusações. Acompanhado do advogado Marcus Alânio Martins Vaz, Rosivaldo disse que vem sendo vítima de perseguições desde quando foi preso pela primeira vez. Ele e Wendell Fagner Cortez, que também é soldado da PM, foram presos em abril suspeitos de matar um jovem de 24 anos na cidade de Afonso Bezerra, que fica a 168 quilômetros da capital potiguar. O crime aconteceu na noite de 23 de março. Rosivaldo foi solto por força de uma liminar no dia 19 de maio.
"Eu me sinto envergonhado, fraco e injustiçado pelas acusações que estão atribuindo a mim, principalmente com relação a essa história de que eu e Wendell estaríamos planejando matar uma delegada da Polícia Civil, um promotor de Justiça e um agente da Polícia Federal”, defendeu-se.
O advogado Marcus Alânio disse que vai entrar com um pedido de revogação da prisão de Rosivaldo. "Isso porque não há indícios ou qualquer materialidade de que o meu cliente tenha participado de qualquer crime. Ele é inocente e vamos provar isso", falou.
O soldado Wendell, que permaneceu preso, teve novo mandado de prisão expedido durante a operação Hecatombe. Wendell e Rosivaldo são tidos como amigos inseparáveis e são considerados líderes do tal grupo de extermínio. Por meio da advogada Kátia Nunes, Wendell também nega as acusações.
Entenda o caso
A operação Hecatombe foi deflagrada no dia 6 passado para cumprir 21 mandados de prisão e 32 de busca e apreensão. Ainda houve outros nove mandados de condução coercitiva - quando a pessoa é levada para prestar depoimento à força. No total, foram apreendidas 29 armas, entre revólveres, pistolas, espingardas e um fuzil. Além disso, mais de onze mil munições também foram encontradas.
A operação foi realizada nos municipios de Natal, São Gonçalo do Amarante, Parnamirim e Cerro Corá. Ao todo, participaram da ação 215 policiais federais, sendo que 30 deles são do Comando de Operações Táticas Especializado em Operações de Alto Risco, de Brasília.
Alguns dos investigados possuem antecedentes por homicídio. Um dos suspeitos já foi preso em posse de diversas armas de fogo, supostamente utilizadas nos assassinatos.
Todos os presos devem responder por crimes de homicídio qualificado praticado por grupos de extermínio e constituição de grupo de extermínio. As penas máximas dos crimes cometidos pelos principais integrantes do grupo podem chegar a 395 anos de prisão.
A operação contou com o apoio da Coordenação de Inteligência da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social do RN.
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