Mesmo tendo sido autuado em flagrante pelo homicídio do soldado PM José Nelson Fernandes, 36 anos, ocorrido na madrugada do último dia 5, o também acusado de tráfico de drogas Jackson Michael da Silva, 22, corre o risco de pagar pelo crime com a própria vida. Isso porque, segundo seus familiares, cujos nomes foram preservados, ele teria recebido ameaças de morte por parte de policiais militares. O fato foi, inclusive, confirmado pelo comandante das Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (Rocam), o capitão PM Marlon de Góis, responsável pelo esquema de segurança montado em torno do preso, em um dos hospitais da região metropolitana de Natal, cuja localização foi mantida em sigilo. "Ele se queixou comigo sobre isso".
Jackson foi preso acusado de ter matado José Nelson enquanto esse fazia uma abordagem na sua casa, no loteamento Dom Pedro I, Zona Norte, sob suspeita de ser um ponto de venda de drogas. Ele foi baleado após trocar tiros com os demais policiais da viatura que fazia a abordagem. Seu enteado, um adolescente de 16 anos, também foi atingido durante o tiroteio. Foram encontradas sete pedras de crack no local, segundo a polícia. Oito horas depois, a mulher de Jackson, Francisa Lúcia Lopes Dantas, 32, foi executada ao deixar a delegacia de plantão da Zona Norte, no conjunto Santa Catarina. A suspeita quanto a esse último crime, segundo a polícia, moradores e familiares da vítima, recaem sobre policiais miltares. De acordo com suspeitas do delegado Maurílio Pinto de Medeiros, da Delegacia Especializada em Capturas, os policiais teriam ido à comunidade extorquir dinheiro de Jackson.
Segundo familiares, Jackson Michael está ameaçado de ser executado assim que sair da internação. O clima de pavor, no entanto, não cerca só o acusado, mas também o adolescente de 16 anos, filho de sua esposa, Francisca Lúcia Lopes Dantas, 32, executada horas depois da morte do PM. O garoto, que chegou a ser baleado durante o conflito do acusado com os policiais, foi escondido pela família no interior do estado, sob a orientação da equipe da Polícia Civil, que investiga o caso.
Segurança
O capitão PM Marlon revela que, em contato pessoal com Jackson Michael, o preso lhe confessou a ameaça. "Cheguei até a pedir que ele apontasse entre os meus homens, para saber se era algum deles. Ele me disse que não". O comandante da Rocam afirma que foi montado um forte esquema de segurança em torno de Jackson. "Está proibido o acesso de qualquer outra pessoa que não seja algum familiar que ele mesmo tenha indicado, além de policiais ligados à investigação do caso e do meu pessoal, já devidamente apresentados a ele". O efetivo que faz a guarda do preso não foi informado, por questão de segurança.
O comandante do policiamento metropolitano, o coronel PM Francisco Araújo Silva, afirma desconhecer as ameaças feitas ao acusado por parte de integrantes da corporação. Ele garante que a integridade do preso será mantida enquanto ele estiver sob custódia da PM. Ele diz ainda que a equipe de policiais fazendo aguarda de Jackson Michael foi mudada duas vezes. "Quando ele estava no Hospital Santa Catarina (Zona Norte), logo após o crime, era uma equipe. Ao ir para o Hospital Memorial, foi outra. E agora, também são outros policiais".
Fonte: DNonline
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