segunda-feira, 20 de junho de 2011

Deputados vão ajudar nas negociações

Acs PM RN
A entrada de uma comissão de deputados nas negociações entre o governo e sindicatos de diversas categorias de servidores públicos em greve, abre uma nova perspectiva para uma tentativa de acordo entre as duas partes. Às 16 horas desta segunda-feira, dia 20, a comissão de 12 deputados volta a conversar com as representações sindicais, mas na terça-feira, 21, está prevista outra reunião, agora com a presença de todos os deputados da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte.

"Essa é uma oportunidade de se resolver, de uma vez por todas, as demandas atuais, pagando-se os débitos com os trabalhadores e, se assim for, pondo-se fim as greves. É a nossa expectativa", diz o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta (Sinai), Santino Arruda, que representa os servidores de 11 órgãos públicos.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (Sinte-RN) já trabalha com a hipótese de mudar a estratégia da greve, caso o governo do Estado não apresente soluções imediatas para a pauta da categoria.

Uma assembléia dos professores está prevista para a manhã do dia 21, no pátio interno da Escola Estadual Winston Churchill, no centro da cidade. O Sinte luta pela implantação do piso nacional dos professores, e agora reivindica que o plano também contemple os professores aposentados.

Enquanto isso, o governo vem acenando que na folha de junho já estará incluído o piso salarial de R$ 890,00 para o professor de ensino médio com jornada semanal de 30 horas/aula. O governo também está prometendo pagar, agora, os 30% da primeira parcela do plano de carreira dos servidores administrativos da área de educação.

"A luta dos aposentados foi inclusa na nossa pauta porque temos consciência da importância desse segmento dentro da Educação. Eles trabalharam, cumpriram seus papeis e isso precisa ser reconhecido pelo Governo.", afirmou a coordenadora geral do Sinte, Fátima Cardoso.

No meio da semana, os sindicatos conseguiram, com a mediação dos deputados, o compromisso do governo, através do chefe do Gabinete Civil, Paulo de Tarso Fernandes e do procurador geral do Estado, Miguel Josino Neto, de que não entrará com ação na justiça pedindo a declaração de inconstitucionalidade da lei aprovada em março de 2010, na Assembléia Legislativa, que prevê um reajuste salarial em duas parcelas de 30% e uma de 40% para o grosso do funcionalismo público estadual.

Os policiais civis que estão em greve continuam com a estratégia de chamar a atenção da sociedade para a sua luta, tanto que o Sindicato da categoria programou uma "Marcha em Defesa da Segurança Pública", que sairá de sua sede na avenida Rio Branco, a partir das 14 horas desta segunda, com destino à Assembléia Legislativa.

PMs querem reajuste salarial

As Associações de Cabos e Soldados e dos Bombeiros Militares do Rio Grande do Norte negociam um piso salarial com o governo para vigorar a partir de 2012. O presidente da ACS-RN, cabo Jeoas Nascimento, informou que a proposta inicial era de um piso de 5.171,00 com a garantia de um soldo equivalente a 30% sobre o valor pago a um coronel da ativa da Polícia Militar, mas num acordo feito com o comandante da corporação, coronel Araújo Silva e o secretário estadual de Segurança Pública e Defesa Social, Aldair Rocha, foi definido que um coronel receberá um salário igual ao do delegado especial da Polícia Civil e o soldado 20% desse valor.

Pela proposta, o coronel ficaria com um salário de R$ 17.237 e o do soldado de R$ 3.447. A proposta será encaminhada para o Chefe da Casa Civil e depois para a Assembléia Legislativa junto com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que tem de ser votada até 31 de junho no parlamento estadual.

Jeoas Nascimento disse que a proposta na assembleia geral de hoje de manhã, no Cemure, ao lado da estação rodoviária da Cidade da Esperança, ocasião em que a categoria vai decidir se aguarda o envio para a Assembleia Legislativa ou se realizará mobilizações e pressionará o governo. "O governo tem atendido e recebido nossas propostas, mas até o momento não se posicionou", diz. Nascimento diz ainda que a categoria "tem uma pauta de rei vindicação bem extensa", mas dará prioridade a campanha de reajuste dos soldos da categoria , inclusive os bombeiros.

Segundo Nascimento, na última assembléia realizada em 23 de maio, foi decidido que seria dado um prazo de 30 dias para o governo se manifestar sobre a questão.

O presidente da ACS reconhece que o governo, hoje, não tem orçamento previsto para conceder reajuste este ano, mas certamente poderá atender outros pleitos da categoria, "porque não trazem nenhum custo financeiro imediato para os cofres do Estado".

Nascimento informou que este ano já houve mobilizações em Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Minas Gerais, Acre, Rondônia, e a última no Rio de Janeiro.

Tribuna do Norte