segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tenente-coronel pirata representou Secretaria de Segurança em Brasília

Tenente-coronel pirata participou de treinamentos da Polícia Militar do Rio / Foto: Divulgação
Em 28 de agosto de 2003, o tenente-coronel do Exército pirata Carlos da Cruz Sampaio Júnior — preso, na última quinta-feira, por porte ilegal de arma — representou a Secretaria estadual de Segurança numa reunião oficial da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp-MJ), em Brasília. Na época, o secretário de Segurança era Anthony Garotinho, eleito, no último dia 3, deputado federal pelo PR. Na ocasião, foram elaboradas as diretrizes para a criação do Gabinete de Gestão Integrada (GGI). Quem faz parte deste grupo tem acesso a informações sigilosas, geradas por setores de inteligência das polícias Militar, Civil e Federal de todo o Brasil.

O nome de Sampaio aparece em uma lista de 40 notáveis do setor, ao lado de oficiais da PM, peritos criminais e delegados civis e federais de outros 24 estados brasileiros. Entre eles, o então diretor de Avaliação e Execução do Plano Nacional de Segurança Pública e ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Zaqueu Teixeira.

— Ele tinha acesso a um sistema com todos os bancos de dados da Secretaria de Segurança do Rio — explicou uma fonte ligada à cúpula da Segurança Pública.

O tenente-coronel pirata começou a ser desmascarado depois que um policial do 3º BPM (Méier) comentou com o pai, um militar do Exército, sobre Sampaio. Bastou uma rápida apuração entre colegas de farda para descobrir que tudo era uma mentira. Logo a notícia se espalhou na PM e chegou aos ouvidos de um coronel.

— Foi esse coronel que avisou à secretaria — explicou a fonte.

Sampaio teria trabalhado entre 2003 e 2006 na Secretaria de Segurança. Em julho de 2010, retornou ao órgão. De acordo com fontes ouvidas pelo EXTRA, ele circulava em veículos oficiais e portava pistola.
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