Ministro diz que uniforme militar incita a violência nos estádios
De Brasília - Vinícius Tavares
A farda das polícias militares, especialmente o uniforme camuflado utilizado pelos batalhões de choque, acaba incitando a violência nos estádios. A avaliação é do ministro do Esporte, Orlando Silva, que assinou há pouco com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, as novas regras para o Estatuto do Torcedor.
O ministro disse que o Estatuto tende a padronizar a atuação das polícias nos estádios e citou como exemplo a criação, no Rio de Janeiro, do Batalhão de Policiamento nos Estádios, que recebe treinamento especializado para atuar dentro e fora das praças esportivas.
Orlando Silva lembrou a trágica morte de um torcedor atingido por um policial militar na cidade do Gama, no Distrito Federal, após a final do campeonato brasileiro de futebol de 2008. O torcedor são-paulino foi atingido por um tiro ao receber uma coronhada na cabeça durante uma batida policial na porta do estádio.
“Casos como aquele não podem ocorrer. Por isso defendo o uso de armas não-letais nos estádios e a mudança no padrão estético do policiamento nos estádios. Acredito que a farda, em alguns casos a farda camuflada, acaba incitando a violência”, afirmou.
O novo Estatuto prevê que as torcidas organizadas devem ser responsabilizadas criminalmente por atos de vandalismo dentro e fora dos estádios. È o que prevê o Estatuto do Torcedor, que foi sancionado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.
Pelo novo texto, os torcedores que forem presos em flagrante delito podem pegar de um a dois anos de prisão e ficarão impedidos de retornar aos estádios por tempo indeterminado. Aqueles que forem detidos portando objetos que possam ser usados em atos de violência responderão criminalmente.
“Isso vai ajudar muito a polícia e a justiça porque hoje em dia, quando a polícia faz uma batida em um ônibus e recolhe estes objetos, como pedaços de pau, bombas e armas, nada acontece com os torcedores e eles são liberados para tornar a praticar atos de violência. Eles responderão criminalmente”, afirmou o ministro do Esporte, Orlando Silva.
As novas regras serão publicadas no Diário Oficial da União de amanhã e vão valar para os jogos válidos pela Taça Libertadores da América, entre Internacional e São Paulo, e pela Copa do Brasil, envolvendo Vitória e Santos.
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Fala Almança: No Brasil Segurança Pública é igual a futebol. Todos acham que entendem, todos se acham técnicos habilitados a emitirem opinião ou no popular dar seu pitaco. Pelo ministro, a violência nos estádios é incitada pelo uniforme dos policiais e não por um bando de vagabundos e desocupados que vão aos estádios não para se divertirem, ver o jogo, mas para fazer baderna e arrumar confusão.
Na verdade a PM não deveria policiar jogos de futebol, uma vez que esses eventos são privados ou seja, não são abertos ao público. Paga-se para ir aos estádios. O futebol que ostenta os gigantescos salários dos jogadores, que possuem estrondosas verbas publicitárias deviam pagar pela segurança interna dos estádios e não o Estado ser obrigado a fornecer policiamento empregando seu efetivo nesses eventos em detrimento do policiamento nas comunidades e bairros.
Uma vez falei aqui que as loterias da Caixa rateiam seu faturamento com diversas áreas, inclusive para os esportes, nenhum centavo é destinado a Segurança Pública um setor primordial para o esporte. Sem policiamento nos estádios o jogo não começa. Então porque o próprio esporte não ajudar a financiar a Segurança Pública de alguma forma?
Não vejo nenhuma diferença em um show da Ivete Sangalo no Maracanã ou uma partida de futebol, ambos são eventos particulares com fins lucrativos, cobra-se ingresso, então eles que promovam a segurança de seus clientes e usuários.
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