Cerca de 4 mil policiais civis de Goiás podem cruzar os braços a partir de hoje. O motivo é o atraso no pagamento do salário de dezembro. Atividades como investigação de inquéritos policiais, registro de ocorrências, produção de autos de prisão e serviços cartoriais poderão ficar praticamente paralisadas. Na rota dos prejudicados, estão 18 municípios que fazem parte do Entorno do Distrito Federal, entre eles Abadiânia, Alexânia, Cristalina, Formosa, Luziânia, Padre Bernardo e Santo Antônio do Descoberto.
O estado tem até hoje para efetuar o pagamento do último mês trabalhado em 2010, caso contrário o Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO) proporá indicativo de greve para ser votado. Uma assembleia geral extraordinária foi convocada para as 9h desta segunda-feira, em frente à Secretaria de Segurança Pública de Goiânia, para tratar do assunto.
“A possibilidade de greve é real. Para alguns órgãos do governo, os salários de dezembro caíram entre os dias 20 a 24, mas para a Polícia Civil e outros 14 segmentos, esse dinheiro não chegou”, explica o presidente do Sinpol-GO, Silveira Alves de Moura. “A sociedade será bastante prejudicada caso isso aconteça. O governo alega não ter condições para fazer o repasse, mas o engraçado é que vai gastar R$ 500 mil em uma chamada extraordinária da Assembleia Legislativa, ou seja, vão gastar uma fortuna para um dia de trabalho dos deputados.”
Reunião
O presidente do Sinpol-GO informa ainda que a entidade nunca deixou de preservar a lei. Isso significa que, apesar de 100% da categoria se envolver na greve, 30% dos serviços estarão sendo cumpridos — caso seja realmente decretada a paralisação. Em 2009, a categoria cruzou os braços por três vezes, ficando, ao todo, 100 dias sem trabalhar. No ano passado, houve apenas uma greve, com duração de 26 dias. Nesses casos, alguns dos motivos foram falta de estrutura, falta de efetivo e baixa remuneração.
Na manhã de ontem, os 15 segmentos penalizados com o atraso de salários realizaram uma reunião com representantes do Ministério Público do Estado de Goiás. Na ocasião, ficou acordado que o órgão irá propor uma ação de bloqueio da receita estadual para que os salários sejam efetivamente pagos.
O Sinpol-GO sugeriu ainda que, caso não haja cumprimento da decisão judicial, o MP represente pela prisão civil do responsável pelo descumprimento. A parte da folha de pagamento do estado que ficou em aberto, referente ao mês de dezembro, soma aproximadamente R$ 340 milhões. O montante abrange cerca de 75 mil servidores goianos, entre funcionários das áreas de Saude, Transporte e Segurança. E, segundo o governo de Goiás, não há previsão para o pagamento dos salários.
- Sgt Wellington - Colaborador
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