O alto comando da Polícia Militar decidiu remanejar de departamentos os coronéis Júlio Cesar Costa e Antônio Costa pelas citações envolvendo o nome do primeiro em uma ligação telefônica que vazou do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), e pelas afirmações feitas contra a própria instituição.
Na gravação, cujo diálogo foi divulgado nesta terça-feira (28) pelo Jornal A Gazeta, o coronel Julio Cezar, de forma explosiva e com claro intuito de intimidar o capitão Roger, do Ciodes. Tudo para salvar um amigo, o advogado Johny Stefano Ramos Lievori, que teria cometido infrações de trânsito.
Ainda pela manhã, em nota, a PM informou que os dois seriam afastados por um prazo de 30 dias. Mas no fim da tarde desta terça o comandante geral da corporação, coronel Oberacy Emmerich, anunciou que o coronel Júlio Cesar Costa deixa a diretoria de Logística da PM e assume outra: a de Tecnologia e Informação. O também coronel João Antônio da Costa Fernandes, também foi exonerado do atual cargo de Corregedor e nomeado como diretor de Ensino, Instrução e Pesquisa.
Segundo informou, o Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo vai instaurar um inquérito policial militar para apurar os fatos. E comunicará o Procurador Geral de Justiça das providências tomadas e solicitará apoio do Ministério Público no acompanhamento dos fatos. Será aberta uma sindicância sobre as ações do coronel Julio com o capitão Roger - que estava de plantão no Ciodes no dia da ocorrência - e também as atitudes de Julio em relação ao advogado Johnny Stefano Ramos Lievori.
A gravação do Ciodes mostra a reação do coronel da Polícia Militar, Julio Cezar, ao defender o amigo advogado flagrado dirigindo em alta velocidade pelas ruas de Vitória. O diretor de Logística da Corporação, agora afastado, xingou e demonstrou irritação o fato de os militares terem autuado o advogado. Chegando a ameaçar de prisão o soldado responsável pela ocorrência.
O diretor da Associação de Cabos e Soldados da PM, Flávio Gava, classificou como falta de respeito às declarações do oficial. E disse que quer a determinação do governador Paulo Hartung para que o caso seja investigado rigorosamente. "Queremos que o governador determine a apuração rigorosa. Nós soldados honramos o brasão que ostentamos na farda. Estamos na ponta da lança defendendo a sociedade. Ninguém brinca colocando a vida em risco".
Crime organizado. Posteriormente à divulgação do diálogo, Costa fez graves denúncias contra a instituição. Sem documentos, citou grupos - identificados por ele como "Tigres" e "Onças" - que estariam disputando o poder dentro da PM, e colocou em xeque a eficiência do programa estadual Disque-Denúncia.
Em entrevista a um programa de televisão da Rede Vitória de Comunicação, disse que foi vítima de um complô armado por policiais do Crime Organizado que almejam voltar ao comando geral da Polícia Militar. Inclusive mencionando o nome do Coronel Antônio Carlos Barbosa Coutinho como pessoa que estaria por trás do vazamento do diálogo envolvendo os dois policiais. "Tudo se passou de forma que essa denúncia veio de um candidato a deputado estadual, é coronel, foi comandante. É o coronel Antonio Carlos Barbosa Coutinho.
"Existe uma coisa muito séria, uma situação onde o crime organizado quer tomar o lugar dela na PM. Semana passada fizemos uma serie de denúncias por escrito dentro do comando da PM e as pessoas que se sentiram ameaçadas pela possível ação foram buscar de modo ilegal e violando o sistema do Ciodes".
Sobre o assunto, o comandante geral da PM rechaçou as informações. E as minimizou: disse que foram falas de um momento de destempero do coronel Julio Cezar. "Não existe crime organizado dentro da Polícia Militar. Eu atribuo essa fala do Coronel Júlio a um momento de destempero. Ele não tem prova nenhuma do envolvimento de oficiais ou praças no crime organizado e a PM tem demonstrado isso quando corta na própria carne as irregularidades cometidas por nossos policiais".
Fonte:http://www.eshoje.com.br
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