Presidente da Aspol lamenta forma como policiais foram tratados logo na chegada.
Os policiais civis, militares e bombeiros de todo o Brasil literalmente “invadiram” o Congresso Nacional para exigir a continuidade da votação da PEC 446/300, que trata do piso nacional das Polícias e Corpos de Bombeiros. A manifestação, que começou por volta das 10h, com uma concentração na Catedral de Brasília, seguiu com uma imensa marcha pela dignidade remuneratória dos profissionais da segurança pública.
Na frente do Congresso Nacional, as delegações dos Estados uniram-se para celebrar o momento de união e para preparar a entrada na Câmara Federal, cercada pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito Federal.
Os manifestantes deram as mãos e bloquearam de forma pacífica as entradas e saída de veículos do Congresso para pedir que a Mesa Diretora da Câmara autorizasse a entrada dos policiais, já que aquela é a casa do povo.
Logo na entrada, os policiais foram bloqueados por um cordão de isolamento da PMDF, que mantinha respeitosa distância, mas foram ameaçados várias vezes pela Polícia Legislativa da Câmara Federal. Em um destes momentos, o presidente da Aspol Flávio Moreira pediu respeito e desabafou:
- É muito fácil agir assim quando se está com salários de R$ 12.000,00 no bolso. Na maioria dos Estados, os policiais estão praticamente passando necessidade. Não temos condições de darmos uma vida digna às nossas famílias que as compense de nossas ausências. Viajamos mais de 2000 km e não seremos impedidos de entrar não. Temos companheiros como os militares da Paraíba que vieram em uma van e não seremos desrespeitados - disse Flávio
Após cerca de 40 minutos de negociações, os manifestantes conseguiram autorização para entrar pela lateral da Câmara dos Deputados. O mais interessante de toda essa história é que alguns deputados chegaram a mudar o discurso e pedir para os manifestantes recuarem, mesmo após terem incentivado do alto dos carros de som a “invasão” da Câmara, alegando que aquela era uma “área de segurança nacional”.
Já dentro da Câmara Federal, os representantes dos policiais foram até a presidência da Casa e conseguiram autorização para a entrada nas galerias do Plenário, onde aguardaram que a PEC entrasse em pauta, o que não ocorreu.
A mobilização continuará amanhã, a partir das 08h e os líderes prometem buscar incluir a PEC na pauta da sessão desta quarta, o que deverá ser solicitado aos líderes partidários que se reunirão às 10:00h com o Presidente Michel Temer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário